quarta-feira, 13 de junho de 2018

Sidarta - Herman Hesse

Certa vez um pai de santo me disse que se ele não fosse do candomblé, seria adepto ao budismo, segundo ele, as duas religiões conversam muito entre si. Lendo "Sidarta", de Herman Hesse, acho que pude entender um pouco do que ele quis dizer.

A narrativa da vida de Sidarta Gautama até sua consagrada "passagem" para o Nirvana passa por inúmeros percalços e aprendizados, encontros e desencontros, decisões difíceis de serem tomadas. Partindo deste ser iluminado (ou melhor, que está numa constante busca por uma certa "iluminação", que nos é ensinada a todo instante) que temos como protagonista, nos deixamos levar através da doutrina e dos ensinamentos budistas.

Regado a estupêndos diálogos filosóficos cheios de subjetividade, onde você se vê obrigado a reler aquela resposta objetiva e carregada de certeza sobre questões difusas sobre Deus, os deuses, a vida, a morte, a espiritualidade, o amor, a alma, o karma, as ações, os sentidos e sentimentos... Acredito que existem livros que caem em nossas mãos na hora certa, é o caso deste, e que merecesse releituras em diferentes momentos da vida, sem duvida.

Herman Hesse
Herman Hesse (1877-1962) nasceu na Alemanha e naturalizou-se suíço em 1923. Pintor, contista e articulista, o escritor se ôpos abertamente ao nazismo por meio de artigos publicados à época; criou projetos humanitários no início da Primeira Guerra Mundial; em 1911 visita a Índia e tem contato com religiões orientais; converte-se ao budismo; em 1943 ganha o Nobel da Literatura; morre em 1962 aos 85 anos; torna-se o alemão mais lido no século XX.



Para o jornalista e crítico literário Otto Maria Capeaux, a vida de Hesse "foi um caminho de sucessivas autolibertações, através de revoltas do individualista contra a escola, contra a família, contra o cristianismo, contra o estilo burguês de vida, contra a guerra, contra a Europa e contra todos os tabus que o lar, a sociedade, a religião e o Estado querem impor”.

Na época da públicação do romance filosófico, o escritor norte-americano Henry Miller assim o definiu: “Sidarta é, para mim, um medicamento mais eficiente do que o Novo Testamento”. (crédito das citações)


"Antes de mais nada, aperfeçoava-se na arte de escutar, de prestar atenção, com o coração quieto, com a alma receptiva, aberta, sem paixão, sem desejo, sem preconceito, sem opinião".

 ""Ama as águas! Não te afaste delas! Aprende o que te ensinam" Ah, sim! Ele queria aprender com elas, queria escutar sua mensagem. Quem entendesse a água e seus arcanos - assim lhe parecia - compreenderia muitas outras coisas ainda, muitos mistérios, todos os mistérios".

"Cada qual é diferente e profere o Om a sua maneira peculiar".

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