O preconceito, em qualquer lugar do mundo, é
inevitável. Apoiados em suas crenças e costumes, os seres humanos existem
interpretando todos os tipos de situações e pessoas, daí, o que vem a contrariar
tais crenças, imediatamente é recusado. Tal interpretação, não deriva
preconceito, para se transformar em tal, ela carece de ser compreendida por uma
comunidade e permanecer consigo até ser irrefletidamente uma verdade
incontestável, sendo este, o preconceito, uma interpretação coletiva e
duradoura.
O Brasil é um país onde vive dezoito milhões de
homossexuais, um deles é morto a cada 26 horas (dados divulgados pelo Grupo Gay
da Bahia), única e exclusivamente por serem o que é. Atualmente, o único
auxílio que Governo tem com a comunidade gay é uma união estável, que não dá
respaldo a outros direitos como adoção e casamento, e a inconcebível
criminalização da homofobia, barrado de maneira estarrecida pela bancada
evangélica, presença esmagadora na Câmara dos Deputados, a PLC122, que está a
uma década sendo discutida. O que vemos no exterior é uma cena gradativa, cada
população tem acesso e domínio àquilo que está preparada para absorver e a ser
oferecido. Em pouco mais de meia dúzia de países existem leis que dão o direito
mínimo aos homossexuais, em contrapartida, em mais de 80 países, onde se vive
2,7 bilhões de pessoas, a homossexualidade é vista como um crime, 13 destes
países a mesma é punida com sentença de morte.
Servir de consolo dá um teor de submissão, que tem
que ser substituído pelo substantivo orgulho e empoderamento para tais minorias
(sim, os gays, junto com as mulheres, negros, deficientes, pobres, são minoria
no nosso país, ofuscado pela maioria majoritária),o que me traz a consciência
um caráter lenitivo é que não podemos usar erros, acertos e fatos aceitos no
passado para entender o presente, que estamos em pleno processo de transição, e
que o amanhã será melhor que hoje.
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